HISTORIAS DO HORTO FLORESTAL
domingo, 20 de maio de 2007 ,ás 20:34:54
ERA APENAS UM BIGUÁ.....
Visitantes do parque que já se aglomeravam assistindo a triste cena chegaram a discutir com os bombeiros que logo foram embora. O animal continuou no alto da copa agonizando.
No dia seguinte a quase 30 horas depois, a
ave ainda se debatia incansável pela sobrevivência, alguns funcionários do Instituto Florestal ,'' que é o órgão responsável pelo zelo e manutenção do parque indignados'', compareceram ao local cobrando outra tentativa dos bombeiros. Um grande tumúltuo foi se formando em torno da ilha, inclusive a monitora Jéssica, estagiária do curso de biologia no Museu Florestal, indignada questionou da desistência de salvar o Biguá, ‘’Alguma coisa deve ser feita gente, o animal não pode morrer ali assim sem ninguém fazer nada, nós estamos dentro de uma unidade de conservação e os bombeiros tem o dever de ao menos tentar salva-lo.... ’’
Em meio a tanta confusão e discussão, acenos e reclamações do aglomero que ja se formara. O Biguá cansado lutava na tentativa de soltar-se a todo custo, pensando bem a ave estava a mais de um dia inteiro sem beber água e de cabeça para baixo, a cena era deprimente e desoladora de ser vista, as crianças comovidas olhavam atentas e aflitas o sofrimento ...
Mas nem tudo estava perdido...
De repente, no meio da multidão chegou Ruan, de bermuda e mochila nas costas, chegou em meio a multidã, comentou já ter visto o pássaro ali preso no dia anterior, indignado dizia não acreditar que nada ainda tinha sido feito pela vida do animal. Incisivo, apesar do perigo disse que com uma corda seria capaz de subir e salvar o Biguá. Inútil foram as tentativas em desencorajá-lo devido o perigo, Ruam não deu ouvidos ao negativismo, nem a ordem dos vgias respeitou, pulou nas águas do lago em rumo a ilha, já no pé do imenso pinheiro, mas o grosso tronco impedia a subida sem equipamentos. Um outro monitor presente, atravessou até a ilha para auxiliar Ruan que passou rapidamente para os galhos de cima antes que outros vigias chegassem, em grande ato de coragem aos poucos atingiu a copa do pinheiro a mais de 35 metros de altura. Lá embaixo na beirada do lago, pessoas que assistiam tudo silenciosamente, e temiam a queda do bravo rapaz, teve uma senhora que rezou baixinho do meu lado, ''pedidndo pra Deus proteger aquele moço''.
Mesmo com as dificuldades Ruam, já próximo do Biguá, sem nada nas mãos, quebrou o galho que prendia o animal. O causando grande alegria e expectativa nos que lá embaixo torciam ansiosamente pelo livramento da ave que relutava pela vida. Ruan não alcançava o pássaro que ainda se debatia incansável, precisava de algo que pudesse usar para trazer a ave para perto de si, com uma vara de bambu trazida já em mãos, acabou empurrando o galho com o animal que caiu nas águas do lago, a linha se rompera deixando livre aquela ave que bradamente lutara durante mais de 30 horas com sofreguidão pela vida. O monitor que ficara na ilha ao pé da árvore á sua espera tentou pega-lo evitando que se afogasse, mas o Biguá mergulhou a cabeça no lago, bebeu dois grandes goles de água e nadou até a ilha menor misturando-se aosás outras aves da sua mesma espécie que o acolheram logo.....