HISTORIAS DO HORTO FLORESTAL
domingo, 20 de maio de 2007 ,ás 20:34:54
ERA APENAS UM BIGUÁ.....
Era dia 16 de maio 2007, ás 11:30min quando uma freqüentadora do parque ‘’Alberto Lofgreen’’ anunciou á um vigia, do acidente que tinha acontecido. Um grande pássaro preto estava dependurado no alto da copa de um pinheiro numa das ilhas centrais do lago maior. ‘’_ Eu estava sentada de frente ao lago olhando para a paisagem, quando vi o pássaro pegar um peixe e voar para o galho da árvore, havia uma linha de anzol na boca do peixe e ao engolir, a linha enroscou-se aos galhos deixando o animal preso de cabeça para baixo, chamei o vigia que logo informou a diretoria do parque’’ Informou a Sra. Sueli Meireles da Silva.
O Biguá é uma ave aquática, porte médio de até de 40 cm e plumagem escura, ocorre em áreas alagadas de todo o Brasil e de outros países da América do Sul, tem por característica alimentar-se de peixes frescos, alimento abundante nos lagos do parque.
Ao saber do fato, a diretoria do parque por sua vez solicitou apoio de uma equipe do corpo de bombeiros da região, que prontamente chegou ao local, mas esta alegou ser difícil o acesso por ser na ilha, e a árvore de galhos podres, outra equipe com equipamentos para esse tipo de salvamento, ou a vinda de uma unidade do ‘’Águia’’ deveria ser acionada.
Visitantes do parque que já se aglomeravam assistindo a triste cena chegaram a discutir com os bombeiros que logo foram embora. O animal continuou no alto da copa agonizando.
No dia seguinte a quase 30 horas depois, a ave ainda se debatia incansável pela sobrevivência, alguns funcionários do Instituto Florestal ,'' que é o órgão responsável pelo zelo e manutenção do parque indignados'', compareceram ao local cobrando outra tentativa dos bombeiros. Um grande tumúltuo foi se formando em torno da ilha, inclusive a monitora Jéssica, estagiária do curso de biologia no Museu Florestal, indignada questionou da desistência de salvar o Biguá, ‘’Alguma coisa deve ser feita gente, o animal não pode morrer ali assim sem ninguém fazer nada, nós estamos dentro de uma unidade de conservação e os bombeiros tem o dever de ao menos tentar salva-lo.... ’’
Em meio a tanta confusão e discussão, acenos e reclamações do aglomero que ja se formara. O Biguá cansado lutava na tentativa de soltar-se a todo custo, pensando bem a ave estava a mais de um dia inteiro sem beber água e de cabeça para baixo, a cena era deprimente e desoladora de ser vista, as crianças comovidas olhavam atentas e aflitas o sofrimento ...
Mas nem tudo estava perdido...
De repente, no meio da multidão chegou Ruan, de bermuda e mochila nas costas, chegou em meio a multidã, comentou já ter visto o pássaro ali preso no dia anterior, indignado dizia não acreditar que nada ainda tinha sido feito pela vida do animal. Incisivo, apesar do perigo disse que com uma corda seria capaz de subir e salvar o Biguá. Inútil foram as tentativas em desencorajá-lo devido o perigo, Ruam não deu ouvidos ao negativismo, nem a ordem dos vgias respeitou, pulou nas águas do lago em rumo a ilha, já no pé do imenso pinheiro, mas o grosso tronco impedia a subida sem equipamentos. Um outro monitor presente, atravessou até a ilha para auxiliar Ruan que passou rapidamente para os galhos de cima antes que outros vigias chegassem, em grande ato de coragem aos poucos atingiu a copa do pinheiro a mais de 35 metros de altura. Lá embaixo na beirada do lago, pessoas que assistiam tudo silenciosamente, e temiam a queda do bravo rapaz, teve uma senhora que rezou baixinho do meu lado, ''pedidndo pra Deus proteger aquele moço''.
Mesmo com as dificuldades Ruam, já próximo do Biguá, sem nada nas mãos, quebrou o galho que prendia o animal. O causando grande alegria e expectativa nos que lá embaixo torciam ansiosamente pelo livramento da ave que relutava pela vida. Ruan não alcançava o pássaro que ainda se debatia incansável, precisava de algo que pudesse usar para trazer a ave para perto de si, com uma vara de bambu trazida já em mãos, acabou empurrando o galho com o animal que caiu nas águas do lago, a linha se rompera deixando livre aquela ave que bradamente lutara durante mais de 30 horas com sofreguidão pela vida. O monitor que ficara na ilha ao pé da árvore á sua espera tentou pega-lo evitando que se afogasse, mas o Biguá mergulhou a cabeça no lago, bebeu dois grandes goles de água e nadou até a ilha menor misturando-se aosás outras aves da sua mesma espécie que o acolheram logo.....
Os aplausos cortaram o silêncio do parque deixando todos os presentes emocionados. ’’ Um bom exemplo desse, não me esqueço mais, e fico feliz de ter presenciado de perto este ato tão humilde, parabéns Ruam‘’ falou o Sr Odair que acompanhou atentamente tudo de perto. Todos fizeram questão de cumprimentar e abraçar o rapaz, e nem se deram conta do som da sirene anunciando a chegada do carro do corpo de bombeiros que entrava pelo parque. Mas agora já era tarde. Ruam o herói, já havia feito o serviço e logo desapareceu na multidão que ainda observava o pássaro refugiado na ilha. Desta vez os bombeiros chegaram tarde demais, porém o que importa é que o Biguá foi salvo, e com tamanha fineza, coragem e firmeza.
Ruam merece os nossos votos de ‘’PESSOA GRATA’’
como ele muita gente, devia se espelhar nesse bom exemplo, inclusive os homens do corpo de bombeiros que compereceram duas vezes ao local e nada fizeram pela ave.
VALEU RUAM SEU ATO DE HEROÍSMO VALE MUITO E MOSTRA QUE AINDA EM NOSSO PAÍS AINDA EXISTAM PESSOAS DE VERDADE, E QUE COM UM SIMPLES GESTO DE CORAGEM POE ABAIXO O FALSO ATENDIMENTO AMBIENTAL, E ERA APENAS UM BIGUÁ.......
Robinson Dias, domingo, 20 de maio de 2007 ás 18:45:26