REMOÇÕES ANUNCIADAS NA RUA BRASILUSO LOPES
Equipes da defesa civil da região norte **Casa Verde** estão ha meses desenvolvendo serviços de notificação e cadastramento junto ás famílias cujas residências construídas á margem do leito do córrego Guaraú serão removidas para a continuação das obras. --------------------------------------------------------------Nesta segunda-feira o aviso veio ser confirmado á moradores em habitações que fazem fundos com as margens do córrego entre as ruas Condessa Amália Matarazzo e Brasiluso Lopes. Segundo agentes de apoio da defesa civil as remoções ocorrerão ainda neste ano e devem-se á continuação de obras de urbanização em andamento no bairro, numa nova etapa de obras de um trecho com percurso de 150m desde próximo da pracinha do Pery até a Rua São Lourenço do Sul, serão daí retirados 70 residências de ambas as margens do leito do córrego. Neste espaço serão concluídos serviços de rebaixamento da calha e a canalização do córrego e a construção e pavimentação de duas pistas estreitas de mão única (gruas) paralelas ao córrego, único meio para fazer a drenagem pluvial e o esgotamento sanitário. A obra é uma antiga reivindicação de moradores e atingirá o ponto da rua brasiluso Lopes, que mais tem sofrido com constantes enchentes e região. ---------------------------------------------------------------------------------------------------
Alguns moradores, principalmente da Rua Brasiluso Lopes e Condessa Matarazzo reclamaram á nossa redação por ter sido pegos de surpresa quanto o anuncio das remoções; enquanto outros reprovam a quantia de R$5.000.00 reais anunciada como indenizações. A prefeitura se defende que o aviso já vem sendo alertado há muito anos e até mesmo nas outras gestões, as obras são cruciais e necessárias ás melhorias de toda a região, projetos que deviam ter sido concluídos no mínimo há 20 anos passados, mas devido á falta de recursos anteriormente não saia do papel. Já os moradores do outro lado da mesma rua clamam pelo término das obras visando à melhoria de qualidade vida com um bom esgotamento sanitário e o fim das inundações e enchentes nos transbordos do córrego Guaraú.
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Nota-se variadas situações vividas no local, com diferentes problemas enfrentados por cada morador, indiferentemente em qual margem venham residir, tenham escritura ou não. As residências que anteriormente tiveram sua extensão aprofundadas com aterros ou outros fins terão parte do fundo demolidas, numa faixa de 4m, a estes nenhuma indenização será creditada; ás outras famílias com residência única, erguida num pequeno espaço de 4m á margem, ou palafitas construídas sob o curso d’água terá o pagamento efetuado de acordo com a saída do seu imóvel. ‘’É barraco no chão /R$5.000.00 mil na mão disse um morador que prefere não se identificar, ele disse que só espera seu dinheiro para se retirar, ele disse que outros parentes dele foram indenizados em outro ponto onde as obras já evoluem.
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A moradora Lucia Batista Gomes, 39 anos, indignada contou á redação a sua situação de insatisfação; ’’_No final do ano de 2000 comprei esse terreno de 5x5m aqui nos fundos, aos poucos, com muito suor fui construindo a casa para o conforto da família, gastei o que não tinha para ter o meu cantinho e fugir do aluguel, mas hoje com tudo construído vem a noticia que será derrubado, isso não é justo. Segundo Lucia, nas reuniões feitas entre a comunidade, membros de associações de bairros, líderes comunitários e representantes da subprefeitura casa verde sempre davam a garantia da não remoção das famílias, assim muitos moradores acabaram por aumentarem a construção inutilmente. A assessoria da regional informou que os avisos vem sendo discutidas a mais de 25 anos, sendo que boa parte de moradias a ser removidas no são irregulares, geralmente edificadas em locais de onde já haviam sido removidas outras habitações e por culpa de má gestão administrativa aos poucos foram reerguidas.--------------------------------------------------------------------------------------------
É fato que a tão esperada urbanização do Jardim Pery trarão muitas melhoras e benefícios á região tão desprovida de infra-estrutura, porém abrangem também pontos críticos que não deviam ter sido mais bem discutidos e analisados entre a comunidade e os setores públicos envolvidos, especialmente sobre os impactos negativos ao meio ambiente e a comunidade residente.
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A redação deste site, que também é composta por moradores que nasceram e residem no bairro e sofrem com os mesmos problemas no dia a dia, sendo assim, discordamos literalmente dos métodos de aplicação da força do estado contra o munícipe ou contribuinte, principalmente da Rua Brasiluso Lopes. Entretanto, uma população não merece ser retirada de suas moradas sem ter para onde ir e jogada ao Léo, pois é dever do estado dar garantias aos direitos concedidos como regem na constituição, direito á moradia, á informação e etc.. Achamos injusto do ponto de vista como moradores, brasileiros, pagantes de impostos e eleitores o método que esta sendo aplicado para a retirada das famílias. A verdade é que o estado deva suprir as necessidades da população, mesmo que estas não consigam edificar sua morada isoladamente. O estado tem o dever de criar programas de planejamento urbanísticos habitacionais a fim de buscar equilíbrio entre as classes e evitando surgimento de problemas futuros... construir conjuntos habitacionais seria o método correto, pois do que adiantara remover as famílias deste bairro e obrigando a reconstruírem em outros locais clandestinos levando problemas a outra região?????
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Robinson Dias, segunda-feira, 26 de novembro de 2007