NOTICIAS SOBRE SANEAMENTO
Brasília, 27/10/2007 Esgoto é o principal 'parasita' ambiental
O lançamento inadequado de dejetos é a degradação ambiental mais freqüente na cidade de São Paulo, assim como em todo o Brasil; problema já prejudica pescadores em 445 cidades
da PrimaPagina
Brasília, 27/05/2005Esgoto é o principal 'parasita' ambiental
O lançamento inadequado de dejetos é a degradação ambiental mais freqüente na cidade de São Paulo, assim como em todo o Brasil; problema já prejudica pescadores em 445 cidades
O problema de esgotamento sanitário a céu aberto é a pior degradação ambiental e a mais freqüente em nosso pais, à frente do desmatamento e das queimadas florestais. Os lançamentos inadvertidamente do esgotamento básico em fossas abertas, rios, lagos ou mesmo na sarjeta transformaram-se na mais aparente causa de doenças que anualmente levam milhares de crianças á morte . O problema, da falta da infra-estrutura ainda além da causa morte, gera o impacto ao desenvolvimento econômico de muitas cidades e de municípios que, com a devida falta de saneamento, perdem em parte seu potencial turístico e têm atividades como a pesca e turismo bem prejudicadas.
Toda esta constatação é o resultado da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, realizada em 2002 com 5.560 municípios brasileiros e divulgada na sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo Ministério do Meio Ambiente. De todas as prefeituras entrevistadas, 41% (2.263) afirmaram que possuem em sua cidade algum tipo de alteração ambiental que afetou as condições de vida da população.
Dentre as prefeituras que detectaram algum tipo de degradação ambiental, 46% (1.031) apontaram o lançamento de esgoto a céu aberto um problema presente no município. Trata-se da alteração mais abrangente, à frente do desmatamento, que atinge 45% (1.009) dessas cidades; das queimadas, freqüentes em 42% (948); e da presença de animais ou insetos transmissores de doenças, encontrados em 40% (896).
O mesmo estudo ainda indica que a destinação inadequada do esgoto é a alteração ambiental que mais afeta a saúde pública. O problema é verificado em 327 (28,2%) dos 1.159 municípios com taxa de mortalidade infantil acima de 40 óbitos por mil nascidos vivos. O levantamento mostra que o quadro é relativamente o mesmo verificado no Censo 2000, que apontou que a proporção de mortes de crianças com até cinco anos que vivem em residências que contavam com saneamento adequado —água encanada e esgotamento sanitário ligado à rede coletora ou fossa séptica — era de 26,1 por mil. Já nos domicílios que não tinham acesso ao serviço básico, a relação chegava a 44,8 por mil.
A análise regional do problema reforça sua ligação com a saúde pública. O relatório traz uma nova análise sobre os dados do Censo 2000, que mostrou que quase 4 milhões dos 10,4 milhões de domicílios no país que não contam com saneamento adequado no Brasil estão no Nordeste. Não coincidentemente, a região registrou 56% das mortes ocorridas no Brasil por causas infecciosas ou parasitárias — adquiridas principalmente pelo contato com o esgoto.
O estudo ainda reforça que “não há riscos em afirmar que a ausência de saneamento adequado tem um papel importante na prevalência desses níveis de mortalidade na infância ainda tão elevados no Nordeste, especialmente quando se sabe dos problemas estruturais prevalecentes na região, onde a exclusão social afeta contingentes significativos de sua população”.
Outra conseqüência do lançamento de esgoto a céu aberto é a poluição das águas em nascentes, rios, lagos, reservatórios e até mesmo lençóis freáticos. O problema já chegou a 38% (2.121) dos municípios brasileiros que detectaram algum tipo de alteração ambiental. Em quase um quarto das cidades com rios e lagos poluídos, a principal causa de contaminação foi o despejo de resíduos industriais, de óleos e graxas. Este tipo de ocorrência foi mais recorrente no Sudeste, particularmente nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, onde há uma grande concentração de empresas de exploração e refinamento de petróleo.
Além de tornar a água imprópria para o consumo, o lançamento de resíduos líquidos domésticos e industriais no meio ambiente provoca um dano geográfico. O assoreamento de rios e córregos já pode ser constatado em 53% das cidades. O fenômeno, aliado à degradação da mata ciliar — vegetação que nasce às margens dos corpos d’água —, foi o causador de impactos negativos na atividade pesqueira de 43,4% dos 1.026 municípios que se disseram prejudicados pela prática pesca predatória.
A pesquisa ainda avalia o que “o déficit poderia ser possivelmente menor se não fossem os compromissos assumidos pelo país, no início da década de 1990, com instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional, que encara os gastos em saneamento como fator de aumento do déficit público e não como investimento em saúde que inibiram os investimentos na área”.
3/05/2005 Esgoto a céu aberto é a alteração ambiental que mais afeta à população
Queimadas e desmatamento estão ocorrendo em todas regiões do Brasil, e não apenas nas fronteiras agrícolas. Esta é uma das muitas informações ambientais coletadas pelo Suplemento de Meio Ambiente da mais recente Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC, realizada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e que foi a campo em 2002.
Trata-se do primeiro levantamento ambiental, em nível de municípios, realizado pelo IBGE. O levantamento identificou 1.159 municípios com taxas de mortalidade infantil acima de 40 óbitos por mil nascidos vivos (dados do Censo 2000). Neste conjunto de municípios, 584 apontaram alterações ambientais afetando as condições de vida. A alteração mais freqüente foi a presença de esgoto a céu aberto (327) seguida por ocorrência de doença endêmica ou epidemia (304) e presença de vetor de doença (266).
Dos 1. 159 municípios com altas taxas de mortalidade infantil, 1.086 estão no Nordeste, 48 estão na região Norte e 25 no Sudeste – todos estes em Minas Gerais.
A causa mais apontada por 53% dos gestores dos 5.560 municípios do País como a que mais afetava o meio ambiente municipal foi o assoreamento de corpos d’água. A pesquisa revelou, também, que ainda é pequeno o número de gestores municipais que relacionam problemas ambientais às condições de vida. Esta associação é mais freqüente nos municípios com altas taxas de mortalidade infantil.
Através dos questionários respondidos pelas prefeituras dos 5.560 municípios existentes naquele ano, o IBGE descobriu que podem estar surgindo duas novas áreas de desmatamento da Floresta Amazônica – no norte do Pará – e do Cerrado – no oeste da Bahia – ainda não detectadas pelos satélites. As queimadas, aliás, são a principal causa da poluição atmosférica nas cidades brasileiras, segundo suas prefeituras, mas é o esgoto a céu aberto – diretamente ligado à mortalidade infantil – o problema ambiental que mais afeta às condições de vida dos cidadãos.
A poluição dos rios e enseadas já é detectada em 38% das cidades brasileiras e em 77% das do Rio de Janeiro, o estado mais atingido. A contaminação dos solos afeta 33% dos municípios, e em quatro das cinco Grandes Regiões e os resíduos das atividades de Saúde já afetam um número maior de municípios, que os industriais. Em 2002, enquanto 600 prefeituras tinham local específico para receber embalagens de agrotóxicos, 978 descartavam tais recipientes em vazadouros a céu aberto.
Inundações, deslizamentos de encostas, secas e erosão são os desastres ambientais mais comuns no Brasil: 41% das cidades do País foram atingidas por pelo menos um deles, e 47% sofreram prejuízos na agricultura, pecuária ou pesca, devidos a problemas ambientais.
Desmatamentos e queimadas
Todas regiões do País – e não apenas nas fronteiras agrícolas e o chamado Arco do Desmatamento – sofrem os efeitos das queimadas e desmatamentos. Esta é uma das principais conclusões da MUNIC Meio Ambiente. Respondendo aos questionários desta pesquisa do IBGE, prefeituras de todas unidades da federação informaram a ocorrências de queimadas e desmatamentos dentro dos municípios por elas administrados.
Assim, embora sejam mais freqüentes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as queimadas e desmatamentos são um problema generalizado. Apenas na Amazônia Ocidental (parte do Amazonas, sul de Roraima e parte do Acre) houve municípios contíguos – abrangendo grandes extensões de terra – que não informaram queimadas ou desmatamentos.
Ao longo dos 505 municípios que integram a Bacia Hidrográfica do São Francisco, o problema ambiental mais destacado foi assoreamento em corpos d’água, apontado por 286 (57%) municípios.
Água Online com informações do IBGE
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